quinta-feira, 28 de maio de 2015

WC no Shopping Cidade do Porto

Já trabalhei no Centro Comercial Cidade do Porto. Não sei se sabem mas este shopping, apesar de ser pouco frequentado, tem uma grande afluência de encontros homossexuais nas suas casas de banho. É tido como um local de engate e já teve, inclusivamente, uma morte por homicídio num desses encontros.
Este foi o meu encontro.
Aparentemente, há horas marcadas para estas reuniões e o meu intestino colocou o despertador para uma dessas horas sem me avisar. Atenção, tratava-se de uma operação de exportação e não de importação, seus porcalhões; e de exportação de uma grande carga, uma vez que tinha almoçado francesinha e 4 rissóis de carne do Capa Negra. Um dia normal, portanto!
Normalmente, fosse para xixi, fosse para cocó, ia sempre às sanitas. Já estava habituado a ver gajos nos urinóis de calças pelos tornozelos, ou afastados do urinol e a esticar o membro num jogo de pontaria.
Neste dia, eu vi que ia ser uma estadia prolongada, provavelmente com três longos atos e levei comigo "Os Lusíadas", dois tubinhos de Microlax, caso a carga tivesse dificuldade em passar pela porta, e o lanche, pelo sim, pelo não.
As casas de banho são daquele tipo de cabines que permite ver se tem pessoas pela observação de tornozelos. Estava eu ainda na primeira hora de descarga, em pleno prazer, quando vejo uma mão da cabine vizinha a atirar um papel. Tinha uma mensagem:
"Não te sentes sozinho? Queres companhia?"
Eh pá, fiquei doido! E enojado! Porque imaginei-me imediatamente a fazer o mesmo. Entrava numa casa de banho de mulheres, sentava-me na sanita ao lado de uma delas, ouvia-a a dar uns traques e a soltar o alien e, enquanto defecava, perguntava-lhe se ela queria lanchar salame dinamarquês.
E o mais triste é que fiquei meio à espreita para ver quem era e, azar dos azares, era um dos melhores clientes da livraria, que atendi mal entrei na loja. Comprou um livro do Chagas Freitas.

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