domingo, 18 de outubro de 2015

Responder ou não responder, eis a questão.


Estou fartinho que falem da minha filha como se tivesse uma doença terminal. Vou ilustrar, para saberem o que se passa:
- Então, a Maria não foi este ano para a primária?
O que respondo:
- Não. Em conversa com a educadora, achámos que devia ficar mais um ano na pré.
O que me apetece responder:
- Foi, mas passa antes pela pré só para gozar com os putos que ainda não têm idade para ir para a primária. É isso e praticar bullying a putos que se chamam... Como é que se chama o seu? Isso, Iuri. Corre atrás dos iuris e grita "A tua mãe só faz perguntas idiotas."
E depois insistem:
- Mas ela vai fazer 6, não é?
O que respondo:
- É, sim. O que acontece é que nem todos os miúdos evoluem da mesma forma e ela ainda não está preparada, precisa de mais foco.
O que me apetece responder:
- Não, vai fazer 8. É burra, como o pai. Eu entrei na primária aos 10, mas foi só para ir buscar o meu pai, mais burro ainda do que eu. No fundo, é bom. Quando lhe digo "são só mais 5 colheres de sopa", como ela não sabe contar, come umas 20. Atenção, o atraso dela é só cognitivo, porque na fábrica já é responsável por uma linha de produção de tintas.
Pais e pessoas com os sonhos intactos, se virem que os vossos filhos não estão preparados para a fase seguinte, caguem nas pressões externas. Os putos não vão ficar atrasados, não vão perder motivação e, acima de tudo, não são burros. Burros são aqueles que insistem contra as evidências. Eu entrei para a escola a fazer 7 anos. Sim, tenho este problema de ser um animal mas, fora isso, nunca me senti burro. Sempre fui um javali.

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